COMUNICADO DE IMPRENSA
A Coordenação do Coletivo Estamos a Trabalhar da Guiné-Bissau aproveita a oportunidade do dia 24 de setembro de 2018, Dia de Liberdade do Povo Guineense, para manifestar e elogiar os nossos gloriosos Combatentes de Liberdade da Pátria, pela forma corajosa e inteligente que conseguiram libertar o povo guineense da ditadura colonial portuguesa.
De 1973 a 2018 registam-se 45 anos desde que o povo guineense se libertou do jugo colonial. Uma conquista de sacrifício, hoje traduzida na miséria e pobreza a que foi vetada a maioria das nossas populações, pondo assim em causa a vitoria alcançada e perda da vida dos nossos combatentes e obrigando-nos a questionar o futuro de todos os guineenses.
Se observamos de forma real os 45 anos que hoje comemoramos, seremos forçados a concluir o seguinte:
1. O PAIGC que teve a oportunidade de iniciar e organizar a luta de libertação nacional. Porém, esse mesmo PAIGC, durante 45 anos, quase meio século, implantou um sistema de governação desorganizado e corrupto, o que fez frustrar o resultado da luta pela independência, desmerecendo os nossos honrosos combatentes, comprometendo todas as oportunidades de desenvolvimento do País e selando o destino dos guineenses.
2. Nestes 45 anos de Independência, os guineenses foram impedidos de exercer os seus mais elementares diretos, os fundamentais: da descolonização, ao partido único e à democracia.
3. A governação do PAIGC foi caraterizada, em todos esses momentos, de conflito político-militar, de golpes de Estado e de instabilidade politica, institucional e econômica.
Apesar de toda essa maldade, os guineenses ainda continuam a acreditar na possibilidade de uma Guiné diferente, desenvolvida, onde seja devolvido ao povo o respeito e a dignidade que tinha.
Conscientes, esperançosos e convictos nessa outra Guiné-Bissau, o Coletivo Estamos a Trabalhar, sob pena de frustrar as sempre reforçadas expetativas, deixa aqui as suas aspirações e seguintes recomendações:
a) Que Sua Excelência o Senhor Presidente da República, José Mário Vaz, Guardião da constituição da Republica assuma a sua responsabilidade pelas consequências da persistência em pôr em causa a soberania e a dignidade do Povo Guineense;
b) Que o Exmo. Senhor Primeiro Ministro, Aristides Gomes, tenha a honestidade política e intelectual de admitir a incapacidade legal e técnica de realização de eleições legislativas marcadas para o dia 18 de novembro de 2018.
c) Encorajar as Forças Armadas Revolucionarias do Povo em manter a mesma postura de neutralidade desde o inicio desta ultima crise politico institucional que conheceu o Pais.
d) Que o PAIGC, a máquina de crises cíclicas e de corrupção institucionalizada, e assassinatos políticos tenha a responsabilidade de mudar a direção da sua política em prol do bem comum e societário dos guineenses e da Guiné-Bissau.
e) Que o PAIGC tenha igualmente a coragem de reconhecer que não foi capaz de por em prática as razões que orientaram a luta de libertação nacional, que tanto custou ao povo da Guiné-Bissau.
f) Que o povo martirizado Guineense tenha a força e a bravura de participar em massa nas atividades políticas e em todo o processo eleitoral; e que esteja sempre pronto e sem medo algum em pôr fim à corrupção entranhada nas instituições e ao nepotismo na Guiné-Bissau.
g) Que todos os partidos políticos legalmente constituídos com ou sem assento parlamentar na República da Guiné-Bissau sejam capazes e estejam habilitados para contribuir para a Paz e o fim da instabilidade crônica que assola o País;
h) Que as Mulheres e Jovens Guineenses, sejam capazes de acreditar e de não poupar esforços para trabalhar de forma imparcial e produtiva para uma boa governação do Estado de Guiné-Bissau.
VIVA REPÚBLICA DE GUINÉ BISSAU;
VIVA MULHERES;
VIVA JUVENTUDE;
VIVA OS NOSSOS GLORIOSOS ANTIGOS COMBATENTES;
VIVA O COLETIVO ESTAMOS A TRABALHAR
ESTAMOS E ESTAREMOS SEMPRE A TRABALHAR PELA CAUSA: A GUINÉ BISSAU.
A Coordenação
Bissau, 24 de setembro de 2018.